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21 Fev 2019 » 26 Mai 2019 - 10:00

O mundo de Sou Fujimoto em exposição no Museu do Oriente

Lisboa, Museu do Oriente - Lisboa
Av. Brasília, 352Lisboa, Museu do Oriente

Informação

Uma arquitectura inspirada na ideia de floresta, que se mostra através de um percurso sinuoso com núcleos que replicam o jogo de escalas e volumetrias característico da obra de Sou Fujimoto, é a premissa da exposição “Futuro Doméstico Primitivo” que o Museu do Oriente inaugura no dia 21 de Fevereiro, às 18h30.

Comissariada por João Almeida e Silva, arquitecto e investigador que contactou de perto com a obra de Fujimoto, em cujo ateliê estagiou ao abrigo de uma bolsa da Fundação Oriente em 2013, esta exposição procura reconduzir o público às origens do espaço construído, partindo de uma selecção de 14 casas projectadas e construídas em território nipónico, apresentadas através de plantas de grandes dimensões, maquetas, vídeos e fotografias.

“Futuro Doméstico Primitivo” incide sobre a concepção do habitar explorada por aquele que é um dos mais influentes arquitectos japoneses da sua geração, com especial enfoque no modo flexível como este actua através das diversas escalas, afirmando a pluralidade da actividade humana e a diversidade espacial daí decorrente, dando a conhecer a esfera do privado japonês. 

Edifícios de assinalável rigor geométrico, espacial e construtivo diluem a percepção da escala dos objectos, dos seus limites e respectivos usos, procurando conformar, assim, uma arquitectura ligada à história primordial da humanidade, definindo um futuro primitivo. 

Ao investigar a relação mais íntima do indivíduo com o espaço que habita, e consequentes relações deste com o contexto, as construções daqui resultantes potenciam novas noções de natureza e outras formas de ambiente construído (a casa como cidade e a cidade como casa), tornando o habitante em elemento orgânico desta concepção do ambiente doméstico. 

Explorando gradações onde, no Ocidente, se encontram tradicionalmente oposições (transparência/opacidade, interior/exterior, luz/sombra), este enquadramento conceptual é particularmente operativo nos projectos de âmbito residencial, onde a casa se assume simultaneamente elemento singular (árvore-casa) e parte interactiva de um todo plural (floresta-cidade), onde materiais, mobiliários e fachada se encontram organicamente ligados.

Sou Fujimoto (Hokkaido, 1971) é licenciado em Arquitectura pela Universidade de Tóquio. Fundou o seu ateliê - Sou Fujimoto Architects – em 2000, onde desenvolve um trabalho de cunho pessoal, paradigmático no contexto da história da Arquitectura e que rompe com princípios e métodos habituais da disciplina. Inspirada pela cultura tradicional japonesa, e pela cidade de Tóquio, a sua prática projectual está fortemente marcada pelas ideias de cidade-floresta e edifícios-árvore. Defende o retorno à origem do espaço construído, a uma arquitectura que nos reconduza ao primitivo, à gruta, à inversão criativa (creative miscronstruction), como ponto de partida para chegar ao futuro, a uma prática constructiva morfologicamente complexa e variada, à semelhança de uma floresta e das suas árvores que, apesar de entidades singulares e distintas, se organizam numa rede de co-relações e interdependências. Uma arquitectura que espelhe a árvore e a floresta, promove simultaneamente a autonomia de cada elemento e a integração da complexidade social na cidade. Entre os seus projectos mais icónicos encontram-se o Serpentine Gallery Pavillion (Londres), L’Arbre Blanc (Montpellier) e House NA (Tóquio).

Inauguração | 21 fevereiro | 18.30
Até 26 maio
Horário: terça-feira a domingo, 10.00-18.00
(à sexta-feira o horário prolonga-se até às 22.00, com entrada gratuita a partir das 18.00)
Preço: 6 €

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publicado 15/02/2019

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