Exposição de Elizabeth Prentis "SKEWER"
Informação
Elizabeth Prentis (n. 1993, Reino Unido) é uma artista multidisciplinar que trabalha com escultura, performance e pintura, combinando muitas vezes todos estes elementos em instalações. Formada pela Central Saint Martins & Chelsea College of Art, em Londres, o seu trabalho resulta das suas experiências pessoais. Aprofundando questões relacionadas com estereótipos de género e sexismo a partir de uma perspetiva heteronormativa, muita da sua obra analisa os próprios encontros sexuais da artista bem como questões sociais e políticas que surgem das várias dinâmicas de poder por ela vividas.
Excerto do texto de Luísa Santos
Conheci a Elizabeth Prentis (Lizzie) por e-mail, através da Lea Breyer. A Lizzie falou-me do trabalho colaborativo Reação em Cadeia, que estava a começar com o Hugo Brazão. A reciprocidade é fundamental neste projeto que pode ser descrito como uma espécie de rede informal que opera como um organismo vivo de artistas, curadores e outros profissionais criativos, com apoio mútuo e troca de conhecimentos e experiências. Embora isto possa ser mais óbvio em projetos colaborativos, como Reação em Cadeia, ou nos workshops que organiza do que nas suas instalações, a reciprocidade está sempre presente na sua prática. Em primeiro lugar, quando nos encontramos com o seu trabalho, os nossos corpos não ficam parados, em contemplação. Pelo contrário, este encontro implica uma experiência física. Dependendo das nossas vivências, somos impulsionados a aproximar-nos ou a afastar-nos. Depois, porque as peças que cria pedem sempre atenção a cada detalhe. No processo, as nossas experiências podem ser ativadas. Por outras palavras, é-nos dado algo para ver e experimentar que nos impele a retribuir através de uma reação tão física (aproximar-se ou afastar-se) quanto emotiva.
A primeira coisa que senti ao entrar no atelier da Lizzie foi que tinha entrado numa espécie de máquina do tempo. Este sentimento acompanhou-me ao longo da visita. Primeiro, fui transportada para um futuro que, de alguma forma, se fundiu com um passado distante e, a partir daí, com o presente. A dada altura, apercebi-me de que futuro, passado e presente eram um só naquele espaço. Neste texto, irei adotar essas temporalidades para apresentar as três partes da obra expostas na sua exposição na Galeria Balcony.
Inauguração: 27 de junho, quinta-feira, 22h00