XXIV Feira de Artesanato de Guimarães

Este fim de semana abre portas às Festas da Cidade e Gualterianas de 2022 com a inauguração da XXIV Feira de Artesanato de Guimarães (29 julho, 18h), promovendo uma nova oportunidade para dar a conhecer o grande talento dos arti?fices portugueses e o seu trabalho artesanal que aqui pode ser admirado e adquirido pelo público. São 38 os artesã(o)s de Guimarães e de várias regiões de Norte a Sul do país que este ano representam a mostra de um amplo conjunto de obras que se dispõem ao longo da Alameda de São Dâmaso durante os próximos dias, este ano na companhia de uma zona de alimentação propícia a paragens entre a navegação pelas várias criações artesanais que aqui se expõem e ganham vida. 

Os próximos dias ganham igualmente vida em várias ruas da cidade de Guimarães com as enérgicas e criativas atuações dos Bomboémia e dos Animadixie, com o XXII Festival de Folclore do Grupo Folclórico Recreativo de Tabuadelo e a exposição de fotografia “A Reconstrução – 75 anos sobre a extraordinária história das Gualterianas de 1947” organizada pela Muralha - Associação de Guimarães para a Defesa do Património. 

Vivida entre 29 de julho e 8 de agosto no Jardim da Alameda – espaço que acumula memórias e vivências de muitos os que habitam e visitam Guimarães – com a cidade inteira vibrante num período em que por aqui e noutras artérias centrais da cidade se comemoram (desde 1906) as tradicionais Festas Gualterianas, a Feira de Artesanato de Guimarães celebra novamente o reencontro entre patrimo?nio, cultura e arte, valorizando desta forma as heranc?as do passado com as ideias e criatividade do nosso tempo. 

Este é assim um evento que privilegia a interação entre artesã(o)s e visitantes, oferecendo a oportunidade de um contacto direto com técnicas ancestrais, transmitidas de geração em geração ao longo de muitos séculos, constituindo um património imaterial valioso que é salvaguardado por pessoas, de diversas geografias portuguesas, que lhe dedicam a sua vida, acompanhadas por um talento criativo constante. Pessoas que se tornaram artesãos e de algumas formas guardiões, sendo este um momento para revelarem toda a sua mestria e dedicação para com os saberes tradicionais evalências dos seus legados, muitas vezes com um espírito de arrojo, criatividade e contemporaneidade. 

A XXIV Feira de Artesanato de Guimarães realiza-se com entrada gratuita em diferentes horários diários – 29 de julho (18h-01h); 30 de julho (15h-01h); 31 de julho a 4 de agosto (17h-00h); 5 a 8 de agosto (15h-01h) – repetindo a presença no Jardim da Alameda de São Dâmaso, espaço situado no Centro Histórico de Guimarães (Património Mundial da UNESCO desde 2001) e convertido em bosque urbano há 10 anos, aquando da Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura. 

A Feira de Artesanato é organizada pel’A Oficina, cooperativa cultural nascida em 1989 e que continua o seu caminho de salvaguarda e promoção do Património e Artesanato – papel que junta à gestão e programação de vários equipamentos e projetos culturais –, num espírito que sobrevive e se expande desde o seu surgimento enquanto Centro de Artes e Mesteres Tradicionais de Guimarães. 

Acompanhando esta abertura ao final da tarde desta sexta-feira, o Grupo de Percussão da Universidade do Minho Bomboémia entra em ação pelas ruas da cidade de Guimarães às 18h e às 21h animando até o público mais desprevenido. Derivando da reestruturação do Grupo de cabeçudos, gigantones e Zés - Pereiras, que em Portugal está relacionada a festas do Corpus Christi (Corpo de Deus) – das mais importantes e solenes que se realizavam em Portugal –, os Bomboémia são um grupo musical da Universidade do Minho que se dedica de forma permanente à divulgação e defesa das tradições minhotas. 

Mergulhando no sábado, 30 de julho, a animação musical nas ruas da cidade é assumida no mesmo horário (às 18h e às 21h) pelos Animadixie, um grupo de jazz dixieland concebido para performances itinerantes, vocacionados para surpreender, ao estilo dos "anos 20", as ruas que atravessam. Com os Animadixie – constituídos por André Carvalho (Tuba), Carlos Raposo (trompete, banjo), David Valente (percussão) e Luís carvalho (clarinete, banjo) – o público pode contar com uma animação carismática, divertida e cheia de ritmo. 

Um pouco mais tarde, pelas 21h30, o Largo do Toural é palco do XXII Festival de Folclore do Grupo Folclórico Recreativo de Tabuadelo, perspetivando-se uma grande noite de folclore na qual se reúnem prestigiados grupos deste género musical, pronta a ser desfrutada pelos seus apreciadores e descobridores. Fundado a 13 de novembro de 1995, o Grupo Folclórico Recreativo de Tabuadelo (Guimarães) junta-se, nesta noite, a outros conceituados grupos folclóricos nacionais: Santana do Mato, Santa Cruz do Bispo, Universidade do Minho, Santa Marta de Portuzelo. 

Já a partir deste fim de semana, no Largo de São Francisco, estamos todos convidados a conhecer a exposição de fotografia “A Reconstrução – 75 anos sobre a extraordinária história das Gualterianas de 1947”, uma mostra que retrata a reconstrução do recinto da Tourada que ardeu completamente na madrugada de 28 de julho de 1947 – uma daquelas histórias que, caso não estivesse devidamente documentada, pareceria uma extraordinária lenda. Esta quase inacreditável reconstrução foi levada a cabo durante cinco dias em que a população de Guimarães se desdobrou em esforços e conseguiu reconstruir a Praça de Touros vítima de um incêndio que iria marcar, pela negativa, as Festas Gualterianas de 1947.

A maior parte dos vimaranenses conhecerá esta história, de forma lendária, muitas vezes imprecisa, através de relatos transmitidos entre gerações, mas ver as imagens em causa dará a dimensão extraordinária do empreendimento. Pertencentes a João Gualdino Pereira, um jovem vimaranense de 23 anos, as imagens que captaram este feito estão agora incluídas na Colecção de Fotografia da Muralha - Associação de Guimarães para a Defesa do Património. Com inauguração marcada para 28 de julho, às 21h30, esta exposição pode ser visitada no Largo de São Francisco até 24 de agosto.